não adianta nem
morrer
de amor em todas
as paradas de
ônibus alguém vai contar
piadas
sobre
o teto um sol que sua pele
não deseja sua
vida invisível e
vazia como latinhas de
coca na calçada
sua tia sopra cinza
na sua cara alguém ri
da sua camisa
amarrotada não
adianta nem
ir embora se a sua
cabeça fica
no lugar
do estômago bate um
coração
desordenado você tenta
desviar o foco
sempre volta
para as palavras
que carrega
nas costas
entre linhas e
suspenses
quem sabe
um dia
você não leva
um tombo na avenida
de perder os
dentes
30 junho 2010
29 junho 2010
recorte em sépia
um dia sonhei com meu carro
viajanto ele nunca acabava a gasolina tinha
uma música linda tocando meus cabelos voavam
voavam em slow motion os lábios se mexiam
no carro comendo
milhas sem limite
de felicidade tinha amigos passageiros
momentos inesquecíveis lá dentro tudo
esfumaçado para disfarçar de alegria
o iluminado sol de nossas vidas
que se punha
a buscar a terra prometida num horizonte de cor de amanhã sem sol sem nuvens sem vontade
de fazer xixi
durante o banho
de mar
toda amargua morre na praia
viajanto ele nunca acabava a gasolina tinha
uma música linda tocando meus cabelos voavam
voavam em slow motion os lábios se mexiam
no carro comendo
milhas sem limite
de felicidade tinha amigos passageiros
momentos inesquecíveis lá dentro tudo
esfumaçado para disfarçar de alegria
o iluminado sol de nossas vidas
que se punha
a buscar a terra prometida num horizonte de cor de amanhã sem sol sem nuvens sem vontade
de fazer xixi
durante o banho
de mar
toda amargua morre na praia
26 junho 2010
Diamante Negro
dedico a você todos os bombons desprezados na caixa e a
própria caixa vazia toda
minha petulância e apego às tuas mãos
chegam a me dar pena
tuas pernas trêmulas
chega a me dar ânsia
de enlaçar a minha personalidade
a tua quando bebo vódica
me umbiguilizo pródiga e ambigua digo
com a língua bem
entre os dentes
Lacta
pra morder
te derreter na língua
Umecta
mergulhar o rosto
lamber tuas
lágrimas
Cactus
pra doer na garganta
a saudade
de ti
Águas
de flor
na pele
em
brasas
Sais
de banho e espuma
de cremosidades
espessas
própria caixa vazia toda
minha petulância e apego às tuas mãos
chegam a me dar pena
tuas pernas trêmulas
chega a me dar ânsia
de enlaçar a minha personalidade
a tua quando bebo vódica
me umbiguilizo pródiga e ambigua digo
com a língua bem
entre os dentes
Lacta
pra morder
te derreter na língua
Umecta
mergulhar o rosto
lamber tuas
lágrimas
Cactus
pra doer na garganta
a saudade
de ti
Águas
de flor
na pele
em
brasas
Sais
de banho e espuma
de cremosidades
espessas
25 junho 2010
rainha da paz
ah teus longos cabelos fios de pluma
planam pela superfície rala desses pensamentos
soltos ao léu enfeitiçam
as glândulas
sebácias trabalham mais quando você
chega perto eu me borro toda
em pincéis e tintas
d'água pintam
azul celeste um lago a beira do precipício me precipito aberta repetindo falas que não fazem mais
contornos bonitos
planam pela superfície rala desses pensamentos
soltos ao léu enfeitiçam
as glândulas
sebácias trabalham mais quando você
chega perto eu me borro toda
em pincéis e tintas
d'água pintam
azul celeste um lago a beira do precipício me precipito aberta repetindo falas que não fazem mais
contornos bonitos
22 junho 2010
E se amanhã fosse sábado
com uma ânsia de boca
seca
te quero cheia de dentes
a língua ascesa
como uma rosa
ígnea
exalando perfumados
ahs!
esfrego minha pele
felina
nas farpas da tua
barba
acordo amarrotada
e límpida
para te comer com os olhos
novamente nublados de
tanto
sonhar
seca
te quero cheia de dentes
a língua ascesa
como uma rosa
ígnea
exalando perfumados
ahs!
esfrego minha pele
felina
nas farpas da tua
barba
acordo amarrotada
e límpida
para te comer com os olhos
novamente nublados de
tanto
sonhar
Radicais Livres/ O ósculo analítico
copinhos de danone
amontoados nos
cantos
vazios
labuzam minha
colher
de
plástico
o vaso
combina com os filmes
p&b que a gente
assistia
como
se fossem
nossos
dedos
ávidos se
estralando
enquanto
do sofá ao colchão
espuma e tédio
na televisão
eu só televia
você
fingia
que era hora
de ir só
porque
segurei com força
óbvia
tua mão
macia
e ia
embora
preferisse
ficar
amontoados nos
cantos
vazios
labuzam minha
colher
de
plástico
o vaso
combina com os filmes
p&b que a gente
assistia
como
se fossem
nossos
dedos
ávidos se
estralando
enquanto
do sofá ao colchão
espuma e tédio
na televisão
eu só televia
você
fingia
que era hora
de ir só
porque
segurei com força
óbvia
tua mão
macia
e ia
embora
preferisse
ficar
17 junho 2010
poeira cósmica
seco como se
cheirasse pó
e areia em
tons de terra
na pele como se
transpirasse
pedra em
cada poro por
dentro
lateja
um
derrame
de
caldas
quentes
como se
o sol fosse fogo nos
nossos ossos
vermelhos
e amplos
como se
deus me fizesse em
pedaços
moídos de carne
no açougue e
bebessemos juntos
sangria.
cheirasse pó
e areia em
tons de terra
na pele como se
transpirasse
pedra em
cada poro por
dentro
lateja
um
derrame
de
caldas
quentes
como se
o sol fosse fogo nos
nossos ossos
vermelhos
e amplos
como se
deus me fizesse em
pedaços
moídos de carne
no açougue e
bebessemos juntos
sangria.
16 junho 2010
olheiras profundas
violenta
olha e vê
violetas
afeitam roxas as fendas
das montanhas transpiram nuvens
violinos e varais vazios de roupas
aéreas bate massas de torta
púrpuras amoras silvestres explodem
entre
suas pernas esfregam esperas
de frio
na frágua ascesa do fogão assa
asas de
perdiz.
a agulha espeta o dedo
sangra o que diz e cala vai
melhor quando dança
calada e fecha
melhor as saias tira
as sombranchelhas
olha e vê
violetas
afeitam roxas as fendas
das montanhas transpiram nuvens
violinos e varais vazios de roupas
aéreas bate massas de torta
púrpuras amoras silvestres explodem
entre
suas pernas esfregam esperas
de frio
na frágua ascesa do fogão assa
asas de
perdiz.
a agulha espeta o dedo
sangra o que diz e cala vai
melhor quando dança
calada e fecha
melhor as saias tira
as sombranchelhas
Lúcia Póstuma
Nos primeiros anos colhia-se uvas que depois as mulheres esmagavam com as plantas
dos pés suspendidos pela mão os vestidos. o sol era o mais alto de todos.
Observava calmamente a paisagem de pássaros formando pacientes seus desenhos de céu em vôos sempre mais alto que podia a visão. os outros semeavam a terra, e lhe davam a água, mas o vento e o sol eram dela.
entre seus lábios e os sussuros das árvores havia um riso de dentes muito pequenos que de repente num tombo súbito pelo corredor de piso frio deixava às vezes com uma pocinha de sangue os dentes da frente brotariam mais tarde maiores e mais resistentes que os outros até os ossos quebrados podiam grudar.
esperava a morte de um pardal que agonizava de uma queda. com as palmas suadas os dedos cutucavam o bicho olhava assustado para seu próximo (e último) fôlego...
Depois de uns dias ele iria cheirar tão mal, tão pequeno que ela enterrou mas não
havia flores para
seu pequeno caixão de papel
de carta.
Oligarquicamente quem se servia primeiro eram os irmãos, maiores e úteis. jamais sobrava sobremesa para ela que aprendeu comer escondida os doces semi-prontos. sua delícia secreta era pelar a língua na panela de doce e banhar-se de rio.
quando entrou em um sonho lúcido e mais real que os outros, perguntou aos apóstolos, já tinha 16 anos completos, de onde vinha tanta lama, tanta sujeira?
De você.
então lembrou-se, por milágrimas, quando já corria nas veias miúdas dos braços brancos o veneno. lembrou-se dos pés enfiados na lama gelada entre os dedos fazendo cócegas e o cavalo que quando era pequena sempre corria mais que
o vento.
os olhos, porém, sempre sempre abertos, miravam espumosos o horizonte
de tempo até
rescussitar no hospital pálida de susto, violentada por lavagens estomacais e ingeções de adrenalina.
dos pés suspendidos pela mão os vestidos. o sol era o mais alto de todos.
Observava calmamente a paisagem de pássaros formando pacientes seus desenhos de céu em vôos sempre mais alto que podia a visão. os outros semeavam a terra, e lhe davam a água, mas o vento e o sol eram dela.
entre seus lábios e os sussuros das árvores havia um riso de dentes muito pequenos que de repente num tombo súbito pelo corredor de piso frio deixava às vezes com uma pocinha de sangue os dentes da frente brotariam mais tarde maiores e mais resistentes que os outros até os ossos quebrados podiam grudar.
esperava a morte de um pardal que agonizava de uma queda. com as palmas suadas os dedos cutucavam o bicho olhava assustado para seu próximo (e último) fôlego...
Depois de uns dias ele iria cheirar tão mal, tão pequeno que ela enterrou mas não
havia flores para
seu pequeno caixão de papel
de carta.
Oligarquicamente quem se servia primeiro eram os irmãos, maiores e úteis. jamais sobrava sobremesa para ela que aprendeu comer escondida os doces semi-prontos. sua delícia secreta era pelar a língua na panela de doce e banhar-se de rio.
quando entrou em um sonho lúcido e mais real que os outros, perguntou aos apóstolos, já tinha 16 anos completos, de onde vinha tanta lama, tanta sujeira?
De você.
então lembrou-se, por milágrimas, quando já corria nas veias miúdas dos braços brancos o veneno. lembrou-se dos pés enfiados na lama gelada entre os dedos fazendo cócegas e o cavalo que quando era pequena sempre corria mais que
o vento.
os olhos, porém, sempre sempre abertos, miravam espumosos o horizonte
de tempo até
rescussitar no hospital pálida de susto, violentada por lavagens estomacais e ingeções de adrenalina.
15 junho 2010
Averno
bem conservados em latas deisel duas da manhã na loja de convivenicências os jovens apertados nos banheiros uns restos de rostos moídos sempre sujos nos cantos obscuros da privada e da pia uma sujeirinha que não sai do imaginário popular.
As moças sabiam se locomover através de umbigos untados de alergias aos piercings e chupando cigarros com pós brancos na bolsa, no nariz e nos rostos ocupados sentei ao teu lado mas até hoje mesmo quando me mostra seus truques bobos de mágica tão só reparo nos olhos de água líquida escorrendo meio amarelados garganta adentro algo que parecia ser cerveja.
Queria abraçar com dentes moles as nuvens até a janela lacrada do avião ingerindo tóxicos iogurtes semi-desnatados com café preto como o fundo de xícaras vazias e caladas todas as mulheres iam de um lado ao outro em uma enorme e grandiosa marcha em direção ao mictório e todas, eu disse, todas estavam infelizes, afinal, eram quase quatro da manhã em pares de pernas roxas de frios e lábios ressecados seguiam chupando cigarro.
A madrugada é dela, só dela.
Queria sentir-me bem apenas deixei estar a porta do carro apenas encostada ao lado tinha um som ruim muito alto como os saltos das meninas sabiam se interporem nos intervalos entre os dentes de metal rangendo as articulações expostas seria tão lento e mórbido quanto o ar pesado que todos respiravam juntos pois também os peixes não enxergam a opacidade do meio em que vivem,
O ar de urânio e chumbo era invisivel para nossas míopes percepções argutas e todos respiravam aliviados a densidade de seus próprios abismos porque no tártaro o tempo é elástico ao infinito cheio de rancores, vinganças, remorsos e memórias inventadas.
mas os jovens sempre velhos cansados cheiravam talco em creme e gasolina embaixo de axilas fustigadas pelos sabonetes ásperos de hoje em dia.
no futuro irreal que era passado e além de todas aquelas brigas, mini-saias dançavam cada vez mais bezuntados de vaselina se expunham indiscretas em faces distorcidas como gastos espelhos de bar impossível me escondia entre as pernas incompletas da mulher de preto engolindo pílulas que você se tornou.
nada mais horripilante que os sorrisos na hora do gozo e a histeria coletiva que vem com o seu saquinho de ruffles, catchup e long-necks nacionais pra mastigar palavrões trident ter em hálito hipnótico e mais bonito.
As moças sabiam se locomover através de umbigos untados de alergias aos piercings e chupando cigarros com pós brancos na bolsa, no nariz e nos rostos ocupados sentei ao teu lado mas até hoje mesmo quando me mostra seus truques bobos de mágica tão só reparo nos olhos de água líquida escorrendo meio amarelados garganta adentro algo que parecia ser cerveja.
Queria abraçar com dentes moles as nuvens até a janela lacrada do avião ingerindo tóxicos iogurtes semi-desnatados com café preto como o fundo de xícaras vazias e caladas todas as mulheres iam de um lado ao outro em uma enorme e grandiosa marcha em direção ao mictório e todas, eu disse, todas estavam infelizes, afinal, eram quase quatro da manhã em pares de pernas roxas de frios e lábios ressecados seguiam chupando cigarro.
A madrugada é dela, só dela.
Queria sentir-me bem apenas deixei estar a porta do carro apenas encostada ao lado tinha um som ruim muito alto como os saltos das meninas sabiam se interporem nos intervalos entre os dentes de metal rangendo as articulações expostas seria tão lento e mórbido quanto o ar pesado que todos respiravam juntos pois também os peixes não enxergam a opacidade do meio em que vivem,
O ar de urânio e chumbo era invisivel para nossas míopes percepções argutas e todos respiravam aliviados a densidade de seus próprios abismos porque no tártaro o tempo é elástico ao infinito cheio de rancores, vinganças, remorsos e memórias inventadas.
mas os jovens sempre velhos cansados cheiravam talco em creme e gasolina embaixo de axilas fustigadas pelos sabonetes ásperos de hoje em dia.
no futuro irreal que era passado e além de todas aquelas brigas, mini-saias dançavam cada vez mais bezuntados de vaselina se expunham indiscretas em faces distorcidas como gastos espelhos de bar impossível me escondia entre as pernas incompletas da mulher de preto engolindo pílulas que você se tornou.
nada mais horripilante que os sorrisos na hora do gozo e a histeria coletiva que vem com o seu saquinho de ruffles, catchup e long-necks nacionais pra mastigar palavrões trident ter em hálito hipnótico e mais bonito.
11 junho 2010
Sr. Elevador de Moares
e a vidinha, bem?
da medate do casco que já afundou
falo da outra que está em chamas. não deu mais notícias...trabalhando até as tampa?
é. e tu?
eu to indro pro Amapá, desposar um ianomami.
ai, que rrrico!
que nada!
me traz uma miçanga.
te trago malária, provavelmente, um
descongestionador de vias
nasais
desregularizado pela alfândega
isso. pura purpurina!
estou mais latente hoje meio lanteijoulas.
da medate do casco que já afundou
falo da outra que está em chamas. não deu mais notícias...trabalhando até as tampa?
é. e tu?
eu to indro pro Amapá, desposar um ianomami.
ai, que rrrico!
que nada!
me traz uma miçanga.
te trago malária, provavelmente, um
descongestionador de vias
nasais
desregularizado pela alfândega
isso. pura purpurina!
estou mais latente hoje meio lanteijoulas.
(on the road)
a gente sai escurecendo
a pé porque
trôpegos e apegados aos
fichários
de faculdade a noite flutua lenta
fumaça azul de fogo entre teus
lábios o alumínio da
cerveja
nos arbustos me ergue a blusa
e chupa meus
cigarros
sem filtro bom mesmo
é te arrancar sorrisos
escandalosamente
quietos que só
nossos olhos se
entendem
a pé porque
trôpegos e apegados aos
fichários
de faculdade a noite flutua lenta
fumaça azul de fogo entre teus
lábios o alumínio da
cerveja
nos arbustos me ergue a blusa
e chupa meus
cigarros
sem filtro bom mesmo
é te arrancar sorrisos
escandalosamente
quietos que só
nossos olhos se
entendem
10 junho 2010
Sociedade dos Solitários Anônimos SSA
a sombra de uma aranha
passa entre as minhas pernas
abertas as janelas uivam de prazer
ainda mais sutil que as teias que traço
perseguindo pessoas
que são como
nós
na garganta.
o professor de iídiche pega
erva na esquina do edifício Piazza dei Fiore
como um vulto de morcego sempre gelados
os dedos e os bigodes do professor tremem por um gole de fumaça
alucinógena que não lhe oferem mais
desde os
tempos de
faculdade
passa entre as minhas pernas
abertas as janelas uivam de prazer
ainda mais sutil que as teias que traço
perseguindo pessoas
que são como
nós
na garganta.
o professor de iídiche pega
erva na esquina do edifício Piazza dei Fiore
como um vulto de morcego sempre gelados
os dedos e os bigodes do professor tremem por um gole de fumaça
alucinógena que não lhe oferem mais
desde os
tempos de
faculdade
09 junho 2010
Libélaluias
dentro do sol
incandescente nasce
um menino morto
ressurge de suas cinzas de
cigarro teus
dedos frágeis respirações
me arrepiam
a pele dos
ombros
as águas
sujas que o céu lavou cai nas plantas
dos meus pés molhados
pisam em pétalas
de flores estampadas no tapete da sala
dela a saia voa
sobre os joelhos cortados gotega uma poça de sangue de ferida
em flor forma uma
estrela de pus
Amarela e branca
como o sol da manhã
uma ernome coroa de Luz
na palma da tua mão
aberta
pousa uma libélula
que jamais serás Aleluia!
entretanto nos dias de chuva
Chora um silencio rompido
apenas
pelo
zunir
das asas
dela
incandescente nasce
um menino morto
ressurge de suas cinzas de
cigarro teus
dedos frágeis respirações
me arrepiam
a pele dos
ombros
as águas
sujas que o céu lavou cai nas plantas
dos meus pés molhados
pisam em pétalas
de flores estampadas no tapete da sala
dela a saia voa
sobre os joelhos cortados gotega uma poça de sangue de ferida
em flor forma uma
estrela de pus
Amarela e branca
como o sol da manhã
uma ernome coroa de Luz
na palma da tua mão
aberta
pousa uma libélula
que jamais serás Aleluia!
entretanto nos dias de chuva
Chora um silencio rompido
apenas
pelo
zunir
das asas
dela
lua de gelo
a noite o bosque acolhe
o grito
do morcego em
grutas ecos nocturnos
num ritmo de sonho meu corpo estica até tocar
o vermelho sanguinolento do vinho em que bebe a luxúria dos lábios
delas em taças
perfeitamente cristalinos seus sorrisos mergulham-me na demência
dessas
mulheres
violentadas seguem-me no bosque
até a taverna onde brindamos
seus frios espectros
espelhados em belas damas
tão formosas formas fantasmagóricas
corrompidas todas elas
querem um gole de vida
feito
vampiras esperam
pasmas que me enamore delas
nos olhinhos mortos
e peles transparentes
eu vejo através risos e escárnios
como luzes que não se apagam
dançam em círculo
sedentas de mim beijam
e sugam
à minha boca oferem os seios em coro de tumba
eu as devoro
até me lambuzar volto pra casa debruço
sobre
o cadafalso
meu presente se torna uma
hipnose fosforescente
e acordo
de susto
as mulheres mortas de ontem parecem vivas
lembranças que passam através de um sonho como se
não me vissem
e quem morre sou
eu.
o grito
do morcego em
grutas ecos nocturnos
num ritmo de sonho meu corpo estica até tocar
o vermelho sanguinolento do vinho em que bebe a luxúria dos lábios
delas em taças
perfeitamente cristalinos seus sorrisos mergulham-me na demência
dessas
mulheres
violentadas seguem-me no bosque
até a taverna onde brindamos
seus frios espectros
espelhados em belas damas
tão formosas formas fantasmagóricas
corrompidas todas elas
querem um gole de vida
feito
vampiras esperam
pasmas que me enamore delas
nos olhinhos mortos
e peles transparentes
eu vejo através risos e escárnios
como luzes que não se apagam
dançam em círculo
sedentas de mim beijam
e sugam
à minha boca oferem os seios em coro de tumba
eu as devoro
até me lambuzar volto pra casa debruço
sobre
o cadafalso
meu presente se torna uma
hipnose fosforescente
e acordo
de susto
as mulheres mortas de ontem parecem vivas
lembranças que passam através de um sonho como se
não me vissem
e quem morre sou
eu.
VIII -de como fui morar com Pedro
ingeríamos juntos todos
os dias almoço
na casa dele eu tinha até
escova
de dentes
e desinfetava os
sapatos com
cândida meus
hábitos
exdrúxulos como os de
morder as próprias unhas
dos pés
fazíamos amor ele gostava que
lambesse os mamilos e chupasse
os pêlos enroscados na língua faziam cócegas mas sempre soube ser
séria.
os dias almoço
na casa dele eu tinha até
escova
de dentes
e desinfetava os
sapatos com
cândida meus
hábitos
exdrúxulos como os de
morder as próprias unhas
dos pés
fazíamos amor ele gostava que
lambesse os mamilos e chupasse
os pêlos enroscados na língua faziam cócegas mas sempre soube ser
séria.
VII - Passagens
as passagens
valem para os
dias em que
as pernas
moles escorrem nos metrôs de
santana até paraíso alguém ao seu lado pode ser um
portador de necessidades especiais ou
maníaco pelas
entranhas da cidade escuro e frio somente reflexos pálidos na janela que dá pra
parede
as passagens também podem ser para
sua casa
sozinha ver tv e jantar
em frente ao pc procurando um amor virtual com o maníaco
portador de necessidades ou mesmo
o Pedro
em seu caminho
as passagens nunca são
para fora
daqui
não vão para
fora
jamais saem dos trilhos os
metrôs
valem para os
dias em que
as pernas
moles escorrem nos metrôs de
santana até paraíso alguém ao seu lado pode ser um
portador de necessidades especiais ou
maníaco pelas
entranhas da cidade escuro e frio somente reflexos pálidos na janela que dá pra
parede
as passagens também podem ser para
sua casa
sozinha ver tv e jantar
em frente ao pc procurando um amor virtual com o maníaco
portador de necessidades ou mesmo
o Pedro
em seu caminho
as passagens nunca são
para fora
daqui
não vão para
fora
jamais saem dos trilhos os
metrôs
04 junho 2010
VI
No baile as máscaras e os anjos revestidos de expressões extremamente
etéreas se moviam entre sorrisos o seu não podia soar sincero
cravados em gesso
todos os corações e
Pedra
dançavam juntos no meio da pista ele perguntava se
seu serviço era bom ela
só queria abrir
a janela anunciava a noite mais longa e triste
do ano
o disco enroscava no seu trecho preferido
ele a cansava sempre estava fraca
a pilha
do seu mp3
antes de se despedirem para
sempre ela
observava como antes de
amanhecer o púrpura se condensa em
aurora
etéreas se moviam entre sorrisos o seu não podia soar sincero
cravados em gesso
todos os corações e
Pedra
dançavam juntos no meio da pista ele perguntava se
seu serviço era bom ela
só queria abrir
a janela anunciava a noite mais longa e triste
do ano
o disco enroscava no seu trecho preferido
ele a cansava sempre estava fraca
a pilha
do seu mp3
antes de se despedirem para
sempre ela
observava como antes de
amanhecer o púrpura se condensa em
aurora
01 junho 2010
V
ela bebe moléculas de
sol
com a boca entreaberta
descobre
no recado da secretária
o estoquista do
supermercado
se chama Pedro.
sol
com a boca entreaberta
descobre
no recado da secretária
o estoquista do
supermercado
se chama Pedro.
mascara social intensiva e restauradora
aplique uma porção generosa
no rosto massageie bem
o ego deixe o rancor agir por
cinco minutos
enxague abundantemente
em caso de contato com os olhos
se os sintomas persistirem
procure um psiquiatra
no rosto massageie bem
o ego deixe o rancor agir por
cinco minutos
enxague abundantemente
em caso de contato com os olhos
se os sintomas persistirem
procure um psiquiatra
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