04 dezembro 2015

noite insone


já que o sono some
na velocidade do seu nome

estou aqui lendo as entrelinhas dos seus supostos olhos
famintos,
infinitos...

olhos verdes, olhos negros
que nada poderia ser mais amor que este resto amargo
de licor
que sai da sua carne

não durmo
não duro muito tempo em pé
pensando em um hipotético você

recostado atrás do meu
cigarro
as dúvidas são as únicas que resistem
com as pálpebras arregaladas
observando o Nada
absurdo da madrugada

mais um cigarro na sacada
e volto enfim a cair
em minha própria emboscada