08 outubro 2013

quero que teus olhos vejam 
a doçura mais sutil 
a tua própria e sejas

da pólvora o pavio dos teus sonhos quando
explodirem vivos fogos de artifício 
dentro do céu escuro, sem lua, sem rumo
sem rua

que é teu próprio ser

se ainda não entendes
direito
dá-me tua mão, tua fé
cerra os olhos e vê

que mentira é o dinheiro
que mentira é o dever

vê que sou aquela que te ama e te odeia
porque se prender
à alma de alguém
requer um círculo
fechado,
repleto das memórias
sem as quais
não poderíamos
viver

que mentira é o falso sorrir das noturnas armadilhas
dos bares, do dia-a-dia
que mentira é o dever

E mesmo que a felicidade, o revés, a vida e a morte sejam apenas impermanências
quiçá não existam
ainda podes ser o pavio da pólvora dos teus sonhos
que hão de explodir em cheio
no que há de real e imutável:
o sentir
verdadeiro
o amor de sangue e lágrimas
que há
entre irmãos

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