mas acontece que
me apaixonei
pelos olhos negros
de Tobias.
Tobias e suas fobias, por onde ia
levava aquela mania
de solidão
enamorei-me de teus dedos
e do delicado de tuas mãos
Tobias,
nosso encontro que não durou um orgasmo
mas o fato é que já estava apaixonada
por tua medicina, teus olhos taciturnos,
tua arte oculta, pela magia das notas brutas
da tua guitarra
Tobias tinha
doce nos lábios
e lisergia
nas pupilas dilatadas
uma respiração ofegada
e foi tudo
que tivemos...
&&&
mas acontece que
me apaixonei
pelos olhos negros
de Tobias.
Tobias e suas fobias, por onde ia
levava aquela mania
de solidão
enamorei-me de teus dedos
e do delicado de tuas mãos
Tobias,
nosso encontro que não durou um orgasmo
mas o fato é que já estava apaixonada
por tua medicina, teus olhos taciturnos,
tua arte oculta, pela magia das notas brutas
da tua guitarra
Tobias tinha
doce nos lábios
e lisergia
nas pupilas dilatadas
uma respiração ofegada
e foi tudo
que tivemos...
&&&
O dia que não devia ter sido
o cinema em que você ia
fechou
e o livro que não releu leu
perdeu
e a padaria
do seu Genaro
mudou...
quer comprar cigarro
precisa de um carro
novo seu filho mais velho não
se parece mais
com seus planos
suas sacolas pesadas
o lixo pra recolher
as moças bonitas da praia
são gays...
em sua cabeça
o universo cifrado
na sua rala sopa
um fiapo
sua mulher já é outra
mais velha, mais feia, mais gorda
não é mais a mesma moça
que te sorriu à janela
agora quando te acena
é só pra lhe fazer pilhéria
seus dias engravidaram
geraram um natimorto
o tigre meteu suas garras
em seu pobre pescoço
agora enforcado
sufocando
de seus próprios problemas
encara a velha figueira
e pensa
neste pobre
poema...
um poema para quem se fodeu
um poema que é problema seu
&&&
o artista prosaico
o poeta de bairro
de Barros
de Castro
Camus
os artistas da lapa
as cervejas na lata
fumaça na chapa
e todos comemoram juntos
o ocaso na ocasião perfeita
o dia
da guarida
o fim
da reunião
o poeta sente seus bolsos furados
e encontra desculpas nisso
tudo é desculpável
a culpa
é só uma lupa
para enxergar as letras miúdas
da cláusula pestilenta
do fato
a morte
é rápida e
a vida é morte lenta
cada culpa gera um novo poema
e nosso crime é simplesmente
existir
insistir na existência
degustar alegrias esplêndidas
em garrafas efêmeras
de coca quente
e sem gás...
&&&
30 abril 2013
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