30 abril 2013

Lacrimosa

o anjo goza
arrumando a franja

arfando as asas
sua porra é
rosa

e embriagante

oh que blasfêmia!
oh, temerosa,
a trombeta dourada
do anjo toca

anunciando seu plêno
prazer que não sendo
efêmero
é um eterno nas alturas,
hosana!


&&&



perguntei à plantaque alquimia santafazia transformar em flor a folha
precipitei-me ao precipício
caí de amores no orifício
central da terra
quente e molhadinho
magnus magma, mamma mia!

e sobre a alquimia
obtive resposta
de uma semente
que seca entrou no ventre
úmido da terra

e a pétala que vira fruta
e a pele que fica bruta
ambas
pelos raios do sol...

quente e molhadinho
magnus magma, mamma mia!
e sobre a alquimia
obtive resposta
de uma semente
que seca entrou no ventre
úmido da terra

e a pétala que vira fruta
e a pele que fica bruta
ambas
pelos raios do sol...

e sobre a alquimia
obtive resposta
de uma semente
que seca entrou no ventre
úmido da terra
e a pétala que vira fruta
e a pele que fica bruta
ambas
pelos raios do sol...

e a pétala que vira fruta
e a pele que fica bruta
ambas
pelos raios do sol...
perguntei à menina
mas há um eterno:



de cabelos longos
quantos santos 
encontros
ele havia tido com deus


respondeu-me que seu deus era ela

um quadro amarelado de aquarela
que o tempo corroeu

quem sou eu? quem é a bela
recostada à janela
esgotando 
sorrisos gastos?



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