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meu sorriso interno
é o desespero dessas melenas
querem se misturar
às folhas do vento
quando o sol atravessa
desobnubiladas idéias
pairam maripousam
sinto que somente
duas forças movem o mundo
e não sou
promessa
de nenhuma delas
quanto mais te busco
um susto
nos braços brutos de outros
espamos
te encontro
cangaço seco e submisso
aos meus vícios
mais
desagradáveis
e me entrego
a outros desesperos
esses
amores perros
pêssegos
que envenenam
meu sangue
chupá-los frescos
pela língua
e pela boca
não se afaste
nem se aproxime demais
minha sina é te ter sem ver
sem poder me tocar
que há muito tempo
já não sou mais
-que pena!
a sua
pequena
espera
sozinha
passar a neblina
não entendo
nem o que sinto
nem o que sempre soube
que sabia
me guia apenas
um filete
de luz fina
se
me atravesso nessas
águas extensas
frias
enxergo apenas
o quanto
não enxergo
nada
disso
25 março 2011
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