sou superfície reflexiva
refratária
límpida e plácida
espelhada
refletindo a tua imagem
e semelhança com os móveis
de mógno e cerejeira
bem distribuídos na
tua sala
liso e avesso
atravesso teus olhos e muito aquém
alguém bate à tua porta
que ditoso
abres
tu, sólido e bem estruturado
de ferro haste e aço
machado
me estraçalha
em mil
gotículas
de vidro
espalhadas
refletem feixos
de luz à janela
e de repente me sinto
leve...
triturada
flutuo
em mil pedaços
suspensa
no ar
como uma chuva
de prismas cristálicos
e cada pequeno fragmento de mim
cerca-te envolve-te
emito cega
e dilacero a carne do teu
olho com
meus mortíferos
e luminosos
raios
29 março 2011
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Se eu não tivesse reconhecido o tom metafórico, teria dito "credo, que parnasiano", mas como o fiz, só tenho a dizer "que coisa mais linda!".
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