24 agosto 2010
Gotchinska
o vestido voava com o vento dentro
das lentes fotográficas uma imagem instantânea
ela sorri a vódica numa mão um enorme cigarro na outra deus sabe que não pretendia tocar aquela sonata em fuga de novo
usava amarelo ela era o sol
escorregou na ponte caiu no rio
tava tão frio naquela noite a gente queria ver os flocos de neve cairem em nosso nariz até sumirem
derretidos na luz da
lua.
o cachecol enroscou num galho como se as árvores quisessem impedi-la
estavamos bêbados
felizes tentei segurar sua mão mas poderia parecer que eu...
eu a deixei cair
morta
porque não pude eu vi
seu corpo mergulhar no vento eu vi
seus pés pequenos
escorregadios como se dançassem para
mim
deixou o caderno que nunca largava tinha
um coração em volta do nosso
instantâneo da tarde passada e nele
escrevia versos
de amor
com o meu
sobre-nome
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flocos de vodka
ResponderExcluiremopolgante escorregadio
Veri Naice
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