guardo
musgo-escondido
no escuro
das caixas
lembranças
dos meus cabelos compridos que
penteava
com a brutalidade mansa que a mão
da minha mãe
sabia
me olhos nos olhos
o espelho rouba
as cores dos dias
me pousam
no rosto rugas como a calma
dos passarinhos
há muitos e velhos
dias os jardins
eram outros
meus pés descalços
de menina corriam
esmagando pétalas
revoando pombos
que bicavam milho
recortada em sustos
mantenho
intacto
o outono
uma rosa
bonita
agora
murcha
que recolho
humilde entre espinhos
sempressa
degusto
o caldo
suculento
do sumo
da vida
17 outubro 2007
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Memoravel... hmm
ResponderExcluirmuito muito bom mesmo
adorei
irresistiveis aguas do esquecimento, as mais refrescantes!