as velhas ruas acusam
jardins maldosos
metem os olhos dentro
dos quintais alheios
das feridas
abertas as janelas
distraidas observavam os
novos vizinhos
pernas magricelas passeavam sapatos e fitas amarelas
o irmão empurrava a bicicleta nova
iam brincar na pracinha
e lá me fui com eles
sem saber
ríamos por muitos dias
pequenos monumentos de mármore
cobrem os jardins de cadáveres
éramos secretas carícias com olhos
de malícia ele
subiu até o mais alto da árvore enquanto eu
gritava lá embaixo cuidado mas sua audácia não tinha limites porque era amor nas alturas
despencou num baque seco
e mórbido seu olhar de vidro
aquele que não esqueço a noite
antes de dormir
ainda grito
20 outubro 2007
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lixo.
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