25 junho 2013
Poema pra quem ama e não devia
você corre
escorre
pensa, pesa e passa
enquanto procura
olhos alheios
os meus marejam
naufragam
e finalmente são engolidos
como Mestre Jonas
pelo mostro verde-marinho
de dentro do seu olhar
e seus cílios compridos
quando me busca nunca estou
quando me encontra já não sou
e finalmente quando suas correntes,
grilhão dos meus passos indolentes,
arrebentam num grito surdo
nossos dedos quase se tocam,
como Deus e o homem na Capela Sistina,
e posso respirar
o ar que sai
da boca
do cais...
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