cadeiras craqueadas
malarmè e marmelada
à todas mães de santo
e de todo o espírito
abre-se pisado
agora
tudo que sinto
do amor:
flutua entre o sim
e o jamais
e não torna
nem retornará
embora o procure
nos vãos
nos vasos
sanguíneos
em caminhos
que vão trôpegos
pra além do último gole
na madrugada
fina
morde arranha e cospe
essa saliva
espuma
ciúmes e homícidios em
corpos suando cínicos
ávidos de gozo
e de charutos e
literaturas
e a ti que ensinaram ser santa
rolaste
pedra bruta
livre e
puta
como
uma fruta de
venenosas delícias
teu amor é um fogo azul
da cor do seu corpo nu
que a lua vem lamber
fria
e arder em tua virilha enquanto
minhas orelhas se inclinam
vermelhas
e esfregam-se
nas tuas coxas...
15 julho 2011
12 julho 2011
Maças Azuis
As imagens na água refletem a cidade;
na cidade, o homem folheia.
No homem, existem praças e ruas;
nas praças, os pássaros.
Nas ruas, as árvores;
nos pássaros, a chuva.
Entre as árvores, os hortelãs;
na chuva, os gatos;
entre os hortelãs, os corações.
Com os gatos, o silêncio;
pelos corações, os jenipapos.
No silêncio, as imagens;
nas imagens, as paisagens.
Entre as paisagens, o homem;
em volta do homem, a cidade.
na cidade, o homem folheia.
No homem, existem praças e ruas;
nas praças, os pássaros.
Nas ruas, as árvores;
nos pássaros, a chuva.
Entre as árvores, os hortelãs;
na chuva, os gatos;
entre os hortelãs, os corações.
Com os gatos, o silêncio;
pelos corações, os jenipapos.
No silêncio, as imagens;
nas imagens, as paisagens.
Entre as paisagens, o homem;
em volta do homem, a cidade.
Ubirathan
11 julho 2011
Pra que se apaixonar agora?
nossos encontros
absolutamente sem obrigações
nem durabilidade
nem discursos doces
apenas momentos áridos
desensaiados
de mãos que se enroscam e bocas caladas
ou úmidas
ou secas
e derepente esses
cacos de vida cravados
no peito rasgam
uma fresta mínima
da qual brota uma flor daninha
e faminta se enraiza
nos músculos
duros do coração
e a razão
crisálida
abre insuspeitas
asas
de borboleta
e voa livre ávida
nas luminicências
lúgubres
da paixão
absolutamente sem obrigações
nem durabilidade
nem discursos doces
apenas momentos áridos
desensaiados
de mãos que se enroscam e bocas caladas
ou úmidas
ou secas
e derepente esses
cacos de vida cravados
no peito rasgam
uma fresta mínima
da qual brota uma flor daninha
e faminta se enraiza
nos músculos
duros do coração
e a razão
crisálida
abre insuspeitas
asas
de borboleta
e voa livre ávida
nas luminicências
lúgubres
da paixão
09 julho 2011
08 julho 2011
doida varrida
hoje você amanhece
sem a certeza de que haverá vida
nas mesmas ruas cinzas
pelas quais passou
sem notar
que trazia
a paz
cada vez que
respira
um pouco do teu ar
se mistura a atmosfera
do lugar
e tudo que pensa
e pensará as torres com antenas
suspensas captam e já sabem antes mesmo
de você entender
do alto de sua
tirania
o desequilíbrio magnético que a sua pele causa à minha
sem a certeza de que haverá vida
nas mesmas ruas cinzas
pelas quais passou
sem notar
que trazia
a paz
cada vez que
respira
um pouco do teu ar
se mistura a atmosfera
do lugar
e tudo que pensa
e pensará as torres com antenas
suspensas captam e já sabem antes mesmo
de você entender
do alto de sua
tirania
o desequilíbrio magnético que a sua pele causa à minha
07 julho 2011
joana francesa
joana sórdida
quando chegar
terás
meio quilo
da minha língua
entre os teus dentes
falando de coisas que não entendes
e sabes muito bem
que nem são paulo era tão
santo assim
quando chegares joana
beberei teu mana
de canudinho
sugarei do teu
seio que é morno
o teu medo
de mostrar
teu corpo bonito de leite
que veio lá da via láctea
vagar na
imensidão dessas estrelas
e iluminar
meu quarto
umidecer de lua a prata da minha
mobília
de mostrar como brilhas
como és bossa
e é só
tu chegares
e pronto
sabes me abrir um fogo
como as bromélias
se abrem
às águas raras do
estio.
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