15 julho 2011

trans-tornes

cadeiras craqueadas
malarmè e marmelada
à todas mães de santo
e de todo o espírito

abre-se pisado
agora
tudo que sinto
do amor:

flutua entre o sim
e o jamais
e não torna
nem retornará
embora o procure
nos vãos
nos vasos
sanguíneos
em caminhos
que vão trôpegos
pra além do último gole
na madrugada
fina
morde arranha e cospe
essa saliva
espuma
ciúmes e homícidios em
corpos suando cínicos
ávidos de gozo
e de charutos e
literaturas

e a ti que ensinaram ser santa
rolaste
pedra bruta
livre e
puta
como

uma fruta de
venenosas delícias

teu amor é um fogo azul
da cor do seu corpo nu
que a lua vem lamber
fria
e arder em tua virilha enquanto
minhas orelhas se inclinam
vermelhas
e esfregam-se
nas tuas coxas...

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