18 janeiro 2011

Dormingo

a toalha branquinha cheiro de

ferro morno em sabão de coco

as fibras

macias


os pratos todos limpos

os copos com água ou

refrigerante


a família mastiga

mórbida tarde de domingo

sem intervalos

sua imprecavida faca voa em direção

aos olhos

sonolentos

do cachorro

acorda


cruza as pernas tensa tensa tensa

descruza segura o fôlego

e goza.


ninguém a vê

bochechas rosas exceto

aqueles silentes olhos

do cachorro cheira seu garfo

cheira suas pernas

escorre um fiapo

de suor entre

a família devora

mórbida carne de

pescoço.

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