a toalha branquinha cheiro de
ferro morno em sabão de coco
as fibras
macias
os pratos todos limpos
os copos com água ou
refrigerante
a família mastiga
mórbida tarde de domingo
sem intervalos
sua imprecavida faca voa em direção
aos olhos
sonolentos
do cachorro
acorda
cruza as pernas tensa tensa tensa
descruza segura o fôlego
e goza.
ninguém a vê
bochechas rosas exceto
aqueles silentes olhos
do cachorro cheira seu garfo
cheira suas pernas
escorre um fiapo
de suor entre
a família devora
mórbida carne de
pescoço.
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