20 outubro 2010

Oz

se até as sílabas se insinuam
por entre a língua bifurcada
como um murmurio se soasse doce
e melífluo

voz rouca de muitos assovios
e madrugada profunda como a porta
do precipício

se você soubesse o eco de suas palavras voam
em anos luz
luminosos feiches que acendem apagam
cigarros nas xícaras usadas


sua v
o
z
é toda você enfeitada

forma desenhos esquálidos
em geometrias dimensionalizadas
além das medidas
exatas

voz de ousar pousos
e revoadas
repousa as mãos
nas coxas
macias como nas manhãs em que nada
em segredo
no céu
ou no
rio pelada

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