03 agosto 2010

testemunha ocular

Glauco era cores calmas
óculos enormes
os olhos
estufados
em bolhas

de plasma em suas veias finas
seus colírios no bolso
até que um dia
cegou


ia aos museus
apalpar esculturas
frias pedia
para lhe descrever o céu
e as avenidas


indolente
eu passei
a contar
mentiras
sobre
todas
as coisas

pra
desenhar a ele
o mundo muito
mais

bonito

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