06 agosto 2010

lamento sombrio

A palavra pregada ao dicionário que carrego exímeo entre os braços enquanto finjo que trabalho remete a uma extensão exata, sem fim cronológico, sem o movimento que a torna bela e real como quando é corrompida e mal falada a palavra não tem fim. assim como o expediente empoeirado nos cantos das mesas.

minha própria vida parece um amontoado de papéis sujos desempanhados para irem ao lixo. o senhor precisa entregar assinado um requerimento em duas cópias autenticadas, para só então, poder assinar mais duas petições com o aval do técnico que nunca estará no posto durente o horário de atendimento, mas enfim quando encontrá-lo por uma casualidade da vida, você ainda terá que trazer preenchido em duas vias esta ficha cadastral documentando especificamente quais são os atributos para a funcionalidade do local se deseja realmente obter o alvará e a licença de existir. não se esqueça que todo estbelecimento só pode começar a funcionar depois da inspeção da vigilância sanitária que só acontece nos dias de milagre quando os seus equipamentos de segurança já estiverem vencidos, você então paga a multa, a subordo e a idenização por desobedecimento às normas de segurança e, enfim, essas inspeções só acontecerão de quando em vez.

Ah, a vida vai ficando tão mais grossa.... tão lenta e modorrenta. e não posso me esquecer da violência latente desses olhos humanos, até os bebês em sua infinita impotência se pudessem destruiriam tudo com seus gritos estridentes entre gengivas em carne viva e um dente dolorido brotando dentro. os instintos insistem. isso é tudo e em todos os aniamis, aliás, a própria natureza gesta e devora sua própria matéria, regurgita-se e se alimenta de si.

Um comentário:

  1. o lamento
    é o último recurso
    é o único remendo
    da sensibilidade
    no momento
    em que
    a própria realidade
    é apenas
    o brutal

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