05 julho 2010

Dançando no Escuro (2004)

E se nossa vida fosse um desses filmes que passam de madrugada?
Pra pessoas cults que morrem de medo de si mesmas?
No meio da noite gelada e palidocenta em que a boca seca e qualquer sensibilidade se volve a lágrima? Como se chovesse cacos de vidro lá fora.
Valeria a pena vasculhar teus velhos baús? E saber se a solidão tem uma trilha sonora? A janela sussurra: deslize. E seria fácil confundir o vôo sublime do êxtase com tua própria queda. Nós na garganta surgimos sempre que nos encontramos nos estranhamentos de todos dias passo pelas mesmas ruas torcendo para que a tragédia aconteça. Que o céu desabe em nossas
consciências procurando entre todos esses olhos castanhos os teus, me sorriam. E que espécie de cortes bruscos e lógicas abstratas eles carregam certa opacidade.

O que te aborta, o que te priva de ti mesmo?

A música do teu fone de ouvido alta demais para teus pequenos pés que dançam indolentes e voltam aos velhos hábitos apenas para lembrar de quão ressequida a tua vida parecia até que sucumbe mas ela pára para observar um grão de poeira subir em rodopios do teu vestido vermelho inverte toda a lógica do meu mundo e te
levarei para sempre comigo, a vida a sério, para longe de mim
mesmo que teu mistério seja sempre sombra de gruta
mesmo que seja sempre o que poderia ter sido.

Escutanndo vozes, abrindo os olhos sem tristeza, sem nada mantenho um medo de que tudo quebre e se perca que o coração cansado desista e pare.
É tão depressa... as luzes giram esperando por mim. E aos vinte e dois anos! Aos vinte dois anos e vejam só! Nem sequer passou por nada na vida, a platéia que o diga! A noite chega. E lá se foi mais um dia!
Acaso ignoras que precisas fazer algo da tua vida? Algo drástico. Com alguma sorte haverá teu sangue a encher os olhos quase fechados de tédio de todos esses semblantes ásperos.

Nossa madrugada é um filme mudo. De uma história repetida e gasta que
já passou por todas as garotas de óculos, por todos os saquinhos de pipoca esquecidos no sofá mas que ninguém se lembra do material do qual somos feito um para o outro o que seria

esta película em nitrocelulose o que seria além de uma pretensiosa comédia romântica convertida em explosivos? Eu que sempre te amei e à tuas mágoas mal engolidas não sei o seria mesmo que te amar seja sempre estar

Dançando no Escuro.

Um comentário:

  1. gostei
    digo: vale a pena tentar entender o porque de certa luminescencia palida de filme antigo.
    um portal para 6 anos atrás, algo ainda é o mesmo?
    o ritmo da musica de fundo se funde nas letras
    e eu
    nunca entendo completamente a letra

    ResponderExcluir