02 maio 2010

Óptemos por Mônica

Poemas sem título e sem coesão


Traga teu colchonete
todo dia em tua mochila aquela
pedra encontrada ao acaso
Três reis de copas pra uma viciada
em memórias

*

E se perguntassem
Em qual palha repousa tuas plumas
Serás vagem
leguminosa
cujos grãos deixei deitados
em copinhos c/ algodão

*

Sobreveio uma luz
Invadindo cortinas como
um bandido chamado
Longe finge
que nem ouve quando
Meu corpo se choca com o dele


***

Mulher
de muitas faces

se
cai
em tentação

floresce
num esquecimento de planta

XXXXX

um nome então
seria montículo
do pó de que é vestido

Algo arrastado
galgo o cadáver
algas de alumínio presas no cabelo
cauda de sereia
caule de uma flor seca
resto de garganta

silêncio e língua

o silêncio no fundo da tua língua
que me afoga
me inunda de saliva
salgada
donde se vê nada que não seja prata
e seca como a lua roendo ondas
onde tudo é líquido
quando eu derramada
já era velho detalhe
que vinha com o pacote
de bolachas

X

Penitentes
e Sub-Tenentes
Mantém conversas
Informais com seus entes
Mais queridos do além

[]

uma
gota

solta
-se

do
céu

do
seu

seio
salta

a seiva
se

derrama
também
está
nestas palavras

nas
calculadoras

e mesmo
com
puta
dores

em que escrevemos
estarão nus
inundados
de chuva
diante
de qualquer argumento
apaixonado

(mônicaginase)

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