Os dragões da janela
vêm e flutuam
no futuro
com o infinito
dos olhos desenham
no ar uma flor flamígera
num círculo de fogo
bonito
31 março 2010
30 março 2010
Manual de Putz sem Pesares de Luis Felipe Leprevost
1. Não fique sozinho caso deduza que está sozinho e mal-acompanhado.
2. Tente o mais que puder não morar dentro da terra.
3. Não tenha sonhos mas objetivos, ou inverta tudo aproximando.
4. Vasculhe sua finitude.
5. Tente o mais que puder não morar em gavetas de cremação, um bom começo é não ser a cinza dos cinzeiros.
6. Se você quer tragar alguma coisa, tranque mistérios na respiração.
7. Não seja a paisagem de osso exposto dos dias que não deram certo, lembre-se, o amanhã começa antes que chegue a manhã.
8. Não aconselho as frestas nem as sombras.
9. Não use o sol para agasalhar esquecimentos.
10. Não permita que o antigamente seja arquivado, quanto mais ampla é a memória, mais fundo vai o futuro.
11. Não cutuque seus mitos com dedos afiados, isso faz ferida.
12. Mantenha o psiu da boca desentranho.
13. Não tenha nostalgia de remotas civilizações, mas das futuras.
14. Sendo você um inseto fatal ou não, não remoa seu próprio veneno.
15. Evite que os pés virem patas de touro, cascos nervosos, evite que na testa nasçam chifres.
16. Desatrofie os limites do que é humano em você, o sexo é um bom começo.
17. Num ato exagerado dinamite o que é exagerado em você.
18. Espalhe-se de si mesmo, só para ter o prazer de juntar caco por caco depois.
19. Não seja mais um na platéia distendida na rua da amargura.
20. Vamos lá, alegria!, ponha gozo na ferrugem.
2. Tente o mais que puder não morar dentro da terra.
3. Não tenha sonhos mas objetivos, ou inverta tudo aproximando.
4. Vasculhe sua finitude.
5. Tente o mais que puder não morar em gavetas de cremação, um bom começo é não ser a cinza dos cinzeiros.
6. Se você quer tragar alguma coisa, tranque mistérios na respiração.
7. Não seja a paisagem de osso exposto dos dias que não deram certo, lembre-se, o amanhã começa antes que chegue a manhã.
8. Não aconselho as frestas nem as sombras.
9. Não use o sol para agasalhar esquecimentos.
10. Não permita que o antigamente seja arquivado, quanto mais ampla é a memória, mais fundo vai o futuro.
11. Não cutuque seus mitos com dedos afiados, isso faz ferida.
12. Mantenha o psiu da boca desentranho.
13. Não tenha nostalgia de remotas civilizações, mas das futuras.
14. Sendo você um inseto fatal ou não, não remoa seu próprio veneno.
15. Evite que os pés virem patas de touro, cascos nervosos, evite que na testa nasçam chifres.
16. Desatrofie os limites do que é humano em você, o sexo é um bom começo.
17. Num ato exagerado dinamite o que é exagerado em você.
18. Espalhe-se de si mesmo, só para ter o prazer de juntar caco por caco depois.
19. Não seja mais um na platéia distendida na rua da amargura.
20. Vamos lá, alegria!, ponha gozo na ferrugem.
29 março 2010
cotidiano
durante o dia
o copo quente de café
esfria
as meias
ainda meias
sujas
pingam gotas de
sabão no nariz
do cão
dorme
no alpendre
as últimas flores
que vejo
antes
que você
saia
o copo quente de café
esfria
as meias
ainda meias
sujas
pingam gotas de
sabão no nariz
do cão
dorme
no alpendre
as últimas flores
que vejo
antes
que você
saia
quando vou à padaria
o passo em direção a.
não volta.
jamais
em meia volta
as pernas percorrem
a rua clara como quando amanhece uma luz de poste apagado
transpira vapores
frios em bocas de lobo
meus óculos usados
tremem
ao topar com o drama
da padaria fechada
ou de supor o trevo em círculos
como cobras que comem o próprio rabo
eu-sol, lunática,
rogo à padaria
copos deformados
e saquinhos de leite
que se estendem pelo hábito de manter
os olhos bem
fechados
engolindo
salivas aguçadas
pela menina de cabelos curtos
e sua blusa amassada
de farinha
espero
triste e ocupada
a beber o orvalho
da madrugada
que a porta da padaria
abra
não volta.
jamais
em meia volta
as pernas percorrem
a rua clara como quando amanhece uma luz de poste apagado
transpira vapores
frios em bocas de lobo
meus óculos usados
tremem
ao topar com o drama
da padaria fechada
ou de supor o trevo em círculos
como cobras que comem o próprio rabo
eu-sol, lunática,
rogo à padaria
copos deformados
e saquinhos de leite
que se estendem pelo hábito de manter
os olhos bem
fechados
engolindo
salivas aguçadas
pela menina de cabelos curtos
e sua blusa amassada
de farinha
espero
triste e ocupada
a beber o orvalho
da madrugada
que a porta da padaria
abra
19 março 2010
os anjos se beijam
essa noite com cheiro de vinho
de vento solto nos cabelos
em direção à floresta escura...
misturar destinos, salivas
texturas
na fogueira
o fogo flutua
entre tua saia e meus dedos tocam
música
mas mal cabes no
vestido
porque
no fim da festa
todos os anjos se beijam....
de vento solto nos cabelos
em direção à floresta escura...
misturar destinos, salivas
texturas
na fogueira
o fogo flutua
entre tua saia e meus dedos tocam
música
mas mal cabes no
vestido
porque
no fim da festa
todos os anjos se beijam....
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