07 outubro 2016

o que eu posso fazer é tão pequeno e delicado
quanto seu pé
meio branco,
morno ou gelado
quando ela acorda tem café
e não poder ir além de fritar alguns ovos com muito carinho
nem precisar ir
além dos ovos fritos com muito carinho
é tão calmo quanto quando se escuta um passarinho
não é para qualquer um escutar passarinho
respiro o fundo do cheiro da boca
daquela moça
que mesmo feliz
é melancólicas
mensalmente menstruais
mas tanto faz
somos doces animais
aproximar-se de alguém, gostar, é um exercício de acupuntura
o eu oferece-lhe sua agulha, perfura
um pedacinho da sua pele-ego
e rompre a pequena bolha de isolamento
em vão, espetando-se suavemente
numa dança de micropontos
pequenos
tocados
na delicadeza
das pontas
penetrados sempre
superficialmente
e agora adoramos com os olhos moucos
a beleza de quem se vê inesperada e reflexilogicamente tocado em diversos pedaços do corpo
por outro
por aquela
moléstia
etérea:
o amor

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