06 novembro 2015

ainda sou o que perdi

meu tempo, 
meus óculos,
meus horários
amizades,
os cartões do banco
o lugar da fila
o telefone
daquele moço...
tal qual carrara que se esculpe
retirando-se o excesso
cai de mim todo um bloco de desculpas esfarrapadas
desabam
sacolas de pão e frutas
rolam pela rua
enquanto fico me perguntando
se realmente
o moço da padaria
me deu
o troco
errado...

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