16 setembro 2010

perdedores I

tu não é apenas o gordinho bacana . é meu amigo pedro e todas essas perturbações são válidas e relevantes, todo mundo tem direito de ser medíocre. se é o que te abala. todo mundo tem direito, cara, de ser o cagaço que quiser puder ninguém dá dando a mínima pra mais ninguém.

como não saem logo novas versões atualizadas do seu humor assassino e azedo, essa coisa de tietagem não rola, e é vexatória não vão gostar mais de você porque tu leu uma caralhada de livros, porque teu papo é fodástico, e tem vinil raro de samba, nem que tu fosse sarado, surfasse e esquiasse nos alpes. se bem que seria ótimo esquiar nos alpes. mas olha pra você. olha pra você.

fica tentando se convencer que existem nomes teorias cálculos que brilham. gente que brilha ofusca o resto da humanidade. entende? a mediocridade é a pedida.

quando se chega perto e tira aquela aparatada toda camada de base , pó mágico, photoshop, resta apenas um medo animal e abissal de ser mais um, de não ter grana fama glamour de saber qye apodreceremos embaixo da terra queira nosso orgulho ou não. sabemos que no fim que aidianta ter porra alguma e se seremos mais um burro de carga cagado como toda a gente.

dissipando a fumaça e o gliter vejo bem no meio da fuça de qualquer artista uma acne purulenta do tamanho da torre eifel nada idealizado simplesmente um bando de gente que quando tem alguma inteligência opta pela obscuridade

uma dor de ser humano na barriga. vômitos de agonia. tá todo mundo flutuando na mesma merda você só precisa se acostumar com o cheiro, eles disfarçam com perfume champagne viagêns spas, mas nós mortais fazemos uma boa piada sobre essa merda e tomamos nossos goles de cerveja e futebol, entende?

enfim, se insistir em ser e pensar apenas como um gordinho boiola bitolado em livros ela vai continuar ensimesmada para sempre. tu nunca vai arrancar o essencial que é deslumbrar um pouco a mulher. pega-la quand estiver despercebida de si.

então a gente vê você como simplesmente alguém que precisa sentir dor . sei lá o que você precisa mesmo é de uma aparência mais agradável a não ser que você seja o cara mais incrivelmente filho da puta de interessante e tenha um motivo fenomenal pra ser legal o tempo inteiro, representar uma fantasia ridicula de homem vindo de outro espaço, sei lá. haja saco. haja perfeição. uma hora todo mundo cansa e o que segura o peão é a capacidade de revolucionar-se sobre seu próprio eixo, não parar, cara, procurar o nervo, o tutano dessa porra toda ir na veia.

até essas resmunguices, esse pessimismo filosoficamente embasado, seus dissabores ,
teorias cósmicas, suas cólicas existenciais começam a apodrecer e cheirar mal na estantezinha abatulhada de livros que você foi juntando lendo engolindo enfiando cu a dentro pra criar fortaleza moral pra suportar a lanchonete sei lá, cara, você nem parece de verdade. nem sei como alguém É de verdade, como as pessoas se inventam, mergulham em seus sonhos absurdos e vivem nelas mesmas mas não me soa verdadeiro você vir aqui com esses óculos ernormes essa barriga gorda dizer que está sozinho que ama uma menina que é sua coleguinha e não consegue comê-la.

enfurnado numa candura dura de espetos depois as únicas pessoas que compreendemos bem somos nós mesmos mesmo, mas você parece de papel de carta...

além de que tá mais que provado que a essa altura a úica coisa digna e decente a se fazer é beber muito e falar menos.

engolir as pessoas tomar o sumo delicado delas aspirar as sutilezas perfumosas de uma mulher bonita solitária é essecial agarrá-la meter a língua na boca dela meter a semete do desejo em seu coração -é mais fácil até quando são casadas, só precisa ter uma aparência razoável e um espírito inabalável de pureza e aventura.

tu precisa de uma jovem que nem desconfia como é linda e que está prestes a jogar tudo no luxo no ralo dourado do tempo toda sua seiva viva e maravilhosa em doreszinhas que de tão miudainhas não a fazem melhor a deixam com olheiras roxas e uma boca caída e vai se perdendo nos detalhes sem impotância.

enquanto isso, meu caro, chega mais. um brinde as promessas que não faremos

por mais que aproveitem a vida por mais que a gente se esforce. presta atenção: só faz sentido a auto-destruição. lógica implacável, intuição plena dos sentitivos, só os delicados de espírito compreendem que vão morrer que o mundo se evapora que a noite sucede o dia o adulto sucederá essa criança que você insiste ser e que o cadáver e a aniquilação é o rumo de tudo isso, então, que fazer, pra se sentir real e de verdade? e não um fake formado em engenharia um homem de bloquinho e cimento. construindo muros a murros de poesia concreta, uma fortaleza de teorias babacas que te impedem de comentar o tempo e arranjar mulher, burrinha que seja, todas são essencialmente carnes macias e doravante cansam não importa o QI.

o que te falta é sinceridade pura introvertida e regurgitada. o que te falta é rastejar. sim, rastejar de ridiculo de pena de amor...

lembra quando você tava com aquela agonia no peito que nem escrever morrer nascer dá jeito então a gente saiu e conheceu aquela guria puta que pariu ficou bebendo fumando falando sarcasmozinhos o tempo todo na hora certa e depois ela te olhou como uma velha pantera das noites a raposa da boemia te olhou e disse. que tal trepar? e não foi bem vambora! oba que você disse, não você...depois ela desistiu, antes mesmo mostrar a coxas voltando os peitos pro sutiã, quando seus olhinhos brilharam. pegou a bolsa saiu e não pagou a conta, cara. não pagou...


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