bonito
A pequena concha de caracol recebe água de chuva durante a madrugada varinhas de cedro enfeitiçadas não há um dono para aquela concha solitária enrolada em si mesma porque o bicho de dentro dela morreu a gosma viva que se arrastava com seu abrigo sobre as costas foi interpelada por meninos selvagens lhe atiram sal e a deixaram agonizar sob o sol até morrer lentamente esparramada em liquido pela rua abandonada concha pequena e vazia agora pequenas larvas crescem dentro... seus minúsculos gritos de agonia não chegam aos corações humanos a música da terra é indubitavelmente silenciosa seus joelhos cortados sangram bolhas de sol estouram nos olhos e seu suor e o sangue dão de beber aos ditosos o carro passa contendo gente dentes postiços e a roda mecânica estraçalha a concha e em pedaços coloco os cacos em meu bolso o equilibrio perfeito é andar sobre os saltos altos e assaltantes decepando pessoas e seus pedaços os dão de comer aos pobres o coração estoura feito picoca microondas de amor espalham odor de Jasmim fadas saem sedentas com seus pequenos dentes afiados rasgam a carne suculenta de um delicada flor bebê e a sugam o amor é fogo e o ar e a terra é o que o fogo consome para espalhar cinzas em meus olhos tão frias tão longe tão mortas primeiro o medo depois o amor depois, depois o domingo com dragões e borboletas fluorescentes na janela então, seus ruivos cabelos compridos de fogo com todos os laços do tempo se desembaraçam diante de olhos atônitos sua família está morta sua rua é morta e não há saída apenas para o jardim onde brincava com elementais o tempo é um velho senhor ranzinza que jamais permitirá que as florem vivam
bonito
ResponderExcluirA pequena concha de caracol recebe água
ResponderExcluirde chuva
durante a madrugada
varinhas de cedro
enfeitiçadas
não há um dono para aquela concha solitária enrolada em si mesma
porque
o bicho de dentro dela morreu
a gosma viva que se arrastava com seu abrigo sobre as costas
foi interpelada por meninos
selvagens lhe atiram sal
e a deixaram agonizar sob o sol
até morrer lentamente esparramada em liquido
pela rua
abandonada concha
pequena e vazia
agora
pequenas larvas crescem
dentro...
seus minúsculos gritos
de agonia
não chegam aos corações humanos
a música da terra é indubitavelmente silenciosa
seus joelhos cortados sangram
bolhas de sol estouram nos olhos
e seu suor e o sangue dão de beber aos ditosos
o carro passa contendo gente
dentes postiços
e a roda mecânica estraçalha a concha
e em pedaços
coloco os cacos em meu bolso
o equilibrio perfeito é andar sobre os saltos altos e assaltantes
decepando
pessoas
e seus pedaços os dão de comer aos pobres
o coração estoura feito picoca
microondas de amor espalham
odor de Jasmim
fadas saem sedentas com seus pequenos dentes afiados
rasgam a carne suculenta de um delicada flor bebê
e a sugam
o amor é fogo
e o ar
e a terra é o que o fogo consome
para espalhar cinzas em meus olhos
tão frias
tão longe
tão mortas
primeiro o medo
depois o amor
depois, depois o domingo
com dragões e borboletas fluorescentes na janela
então, seus ruivos cabelos compridos
de fogo
com todos os laços do tempo
se desembaraçam diante de olhos atônitos
sua família está morta
sua rua é morta
e não há saída
apenas para o jardim
onde brincava
com elementais
o tempo é um velho senhor ranzinza que jamais permitirá
que as florem vivam