30 maio 2010

piranha de plástico

As neurastênicas de meias passam amarelas
olham todas as direções e
aquela garota cuja máscara escorre no rosto em pó
e rímel com o suor enquanto dança seus olhos como se não vissem nada
em bolas de cristais
nos brincos
especial
como um cartão de crédito os cabelos voam voam voam

um exército de pescoços jovens de outras madrugadas e planetas mais roxos e ácidos que os drinks daqui cantam em uníssono como se sentissem: Alegria!
e de mãos dadas fazem amor ao mesmo tempo em que um champagne explode em microbolhas de
saias apertadas elas suam e esfregam o chão com as

sandálias.

nos rituais de fogueira e flauta dois amores lhe oferem o braço e sete mistérios em labiríticos pudores
de olhares que
não têm esperança
suas sombras são titânicas e seus seios alimentam lobos

pode cantar alterar seu estado de consciência e rezar mordendo os lábios que o que nunca houve seja em seus sonhos cintilantes e falsos como pó de brilhantina que cheiram em banheiros sujos, transpirando alcool e lou reed

os gritos metálicos da música arranham o teto num risco agudo e dolorido por mais que procure a saída abarrotada de cigarros e coxas grossas a empurram para o quarto-escuro onde tudo fede a urina e saliva grossa.

pequena como uma pedra no passado ela encerra mistérios de deuses e demônios, plumas de espírito e instintos baixos como os braços de um homem podem suscitar em sua fêmea.


Eles balançavam os pés no banco de metal e esperavam ela compor-se em roupas de sábado e juntos entraram numa barca voadora em velocidades alucinantes e beijos que nunca foram dados jogadas aleatoriamente as palavras sobrepujavam as que deviam ser ditas. Entre dentes apertados e narizes apáticos, a primeira alegria da noite era a lua enorme lambendo seu ombro e dizendo: cada vez que fechas os olhos, mentiras, mentiras! A segunda alegria da noite era o Vento embriagados um do outro cuspiam risos e esperma se fundiam em ruas escuras, embaixo de árvores enquanto formigas carnívoras subiam pelas nádegas e lhe mordiam

a nuca

os sinos dobram ela quer agarrar-se àquele pedaço de terra que um dia foi sua mas escorre, Scarlett, pelos dedos em pó de

memórias


Ao som do seu aal star preferido vai e volta pra faculdade de ônibus mas ele não está mas lá
esperando por seus cabelos presos num rabo de


cavalo

selvagem com uma cerveja na mão e o sorriso mais lindo do
bairro

não pega mais carona nem pergunta
sequer esconde que o pulso vivo da tua
seringa sempre
foi tola com ou sem dinheiro por aí emprestando desculpas como uma

piranha de plástico

prendendo os

cabelos.

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