No sarau cultural,
ele falava grego e
eu estava sozinha
então inventamos um amor
bebâdos
no inverno retrasado
ele perdeu os óculos e eu
esqueci meus livros...
quando fui para rodoviária
conhecer sua vida
procurava um cara
alto
mas meus olhos míopes
só muito tempo depois
descobriram
que ele tinha narinas saltadas não acreditava
em espíritos
e por alguma razão
parecia que a sua boca ficava
cada dia mais
bonita
ele era
catagelofóbico aéreo
com as costas um pouco
curvas de quem só dorme
na alta madrugada
de um apartamento pequeno
em Curitiba
ouvindo Bob Dylan
enquanto comíamos sua sopa de ervilhas
eu esquecia todos
os recados
e miseravelmente misturados
a outras pernas e outros braços
observa feliz
cheia de
preguiça
sem ter jamais que
parecer engraçada
01 abril 2010
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