decompor teus sonhos em fibras
de fumaça
beber
teus suspiros com a minha boca
sussurar como se sangrasse
rezar profundamente
no templo do teu olhar
teu calor beato
de braços abertos
aceita,
Loréia, que sinta sono e frio e
enfim venha
me deitar
-tão quieto
em
ti
26 dezembro 2008
08 dezembro 2008
lua loba
recostada ao sofá observo uma fada entrar em minha janela em forma de maripousa junto a mim asas enormes, silente.
sinto junto dela amplidão vazia. passeia indiferente entre móveis que não me interessam mais mesmo fácil de se cativar como o beijo de um sapo a ignoro inclusive em seus rodopios multicolores. saco meus cigarros e da sacada do apartamento respiro amplidão de vento, entoxico-me malboramente light.
Devia ser outra? Devia ser Maria? Devia fazer Maria nascer em mim feito um ramo de extensões tão sólidas quando as plumas de um anjo a voar em direção aos que só quando estão longe me fazem falta... minha cabeça já fatigada desaba para o lado esquerdo e como um espectro cabelos muito negros de um lado rosto muito pálido torto e volátil fico ali esvoaçando na janela. Uivo.
e me calha trocar lençóis cheirar as roupas pelo chão um pecado de pele tudo solver com narinas bem abertas o peso dos seus ossos sobre meus ossos e suas mãos fortes de estraçalhar copos. quero bem fundo teus caninos cravados na gengiva devorando-me, Enigma.
Tinha ainda enorme noite lua lá fora. a luz penetrava a janela em licor oblíquo e branco no que compunha um filme noir com as espirais de fumaça dos muitos cigarros que acendia. a fada se desmaterializou de maripousa negra para sombra e, ainda assim, permaneci limpa de seios expostos um calafrio de fêmea percorrendo meu corpo.
prostrei-me em direção ao corredor estreito que dá para o tapetinho indicando o quarto, minhas mãos seguravam forte o sono antevia o verão delizando mole entre os vãos dos azuleijos.
E durmo até amanhã abraçada a mim, feito uma concha no mar e sonhos...
sinto junto dela amplidão vazia. passeia indiferente entre móveis que não me interessam mais mesmo fácil de se cativar como o beijo de um sapo a ignoro inclusive em seus rodopios multicolores. saco meus cigarros e da sacada do apartamento respiro amplidão de vento, entoxico-me malboramente light.
Devia ser outra? Devia ser Maria? Devia fazer Maria nascer em mim feito um ramo de extensões tão sólidas quando as plumas de um anjo a voar em direção aos que só quando estão longe me fazem falta... minha cabeça já fatigada desaba para o lado esquerdo e como um espectro cabelos muito negros de um lado rosto muito pálido torto e volátil fico ali esvoaçando na janela. Uivo.
e me calha trocar lençóis cheirar as roupas pelo chão um pecado de pele tudo solver com narinas bem abertas o peso dos seus ossos sobre meus ossos e suas mãos fortes de estraçalhar copos. quero bem fundo teus caninos cravados na gengiva devorando-me, Enigma.
Tinha ainda enorme noite lua lá fora. a luz penetrava a janela em licor oblíquo e branco no que compunha um filme noir com as espirais de fumaça dos muitos cigarros que acendia. a fada se desmaterializou de maripousa negra para sombra e, ainda assim, permaneci limpa de seios expostos um calafrio de fêmea percorrendo meu corpo.
prostrei-me em direção ao corredor estreito que dá para o tapetinho indicando o quarto, minhas mãos seguravam forte o sono antevia o verão delizando mole entre os vãos dos azuleijos.
E durmo até amanhã abraçada a mim, feito uma concha no mar e sonhos...
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