Já fui dona da rua
só me interessa o cheiro
já fui da suruba
já me parti ao meio
agora quero descansar
desamarrar a máscara
desabotoar a Bíblia
Abrir um botão de rosa à força
Sorrir
quero ficar em casa na
casca do ovo
Em caso de emergência,
favor chamar de novo
Quero o silêncio dos pratos quebrados
E torneira que não pia e nem goteja
Quero ouvir o louvor de Galos alucinados
Berrando às estrelas que estão presos em suas
ridículas fantasias de gala
Quero escrever em meu corpo
cinco pontas de estrela santa, solta e sensata
quero ser o perfume da prostituta que agora é da igreja
E o batom com que os clichês escrevem no espelho
Não sou dona de nada
sou lama e sou minhas más águas
escorrendo no Rio sujo da Vida
A alegria para mim agora
vem em forma de domingo
sem cheiro, sem pó, sem piada.
05 junho 2018
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