17 julho 2016

o buraco
só aumenta
quando o sacro
se ausenta
sinto o sal da sua presença
a sombra que aqui habita
não hesita nem reflete
há parasitas entre serpentes
enquanto
eu saio de fininho
no bolso
um isqueiro,
três trocados
amassados,
para comer de noite.
a vida leva o sopro da morte
eterna quando seus olhos encerram
uma passagem entediante da bíblia
se eu pudesse
deixaria ainda mais longe
sem água, nem carona
na tempestade de areia
do seu próprio deserto
mas espero
esperto e desperto
seu próximo ato de desespero
com esmero
selo
minha boca
às coisas poucas
que com suas mãos mocas
você me oferece.

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