17 julho 2016

um coração purulento
pulsando sangue
e não há unguento
que aguente tanta
fome
se não engolir a vida inteira
ela pode engasgar na garganta
e depois não adianta
chorar o cadáver derramado
tive tantos amigos sábios
no momento
estão todos
se fodendo
chupando os ossos
da asinha de frango
fumando as bitucas
da sarjeta
lambendo botas
comendo um cu
ou uma boceta
a tênue dança entre
suas pernas
e a linha reta
o ondular nas costas
do seu cabelo preso
por uma fita vermelha
quem tem mais sede
a vida ou a gente?
quem tem medo
não tem nada,
só razão.

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